Era
uma vez uma borboleta chamada Monarca. Monarca era muito simpática e vistosa;
adorava colorir o céu azul com o tom alegre de suas asas.
Monarca
também adorava o seu trabalho: pegar os minúsculos grãozinhos de polens das
flores e espalhar em diferentes lugares do jardim. Ela adorava flores. E como
conhecia flores diferentes! Todas no jardim eram suas amigas.
Um
dia, porém, Monarca percebeu o quanto o seu jardim era pequeno e as flores que
espalhava já eram repetidas. Foi então que ela teve uma ideia: sair do jardim e
percorrer o mundo para conhecer outras espécies de flores.
Só
havia um problema: Monarca se achava muito pequena e frágil. Ela imaginava que
na sua viagem teria que enfrentar a solidão, predadores perigosos, longas
distâncias sem descansar e sem se alimentar. Monarca desistiu. Sua simpatia e
alegria nunca mais foram as mesmas. Como ela ficou triste!
Certo
dia, pela primeira vez, Monarca viu o jardim amanhecer coberto de uma neve
branquinha e com um frio intenso. Foi nesse dia que Monarca percebeu não gostar
do frio, pois o frio acabava com as cores e com a alegria do seu jardim.
Tremendo
de frio, Monarca só viu uma possibilidade: encher-se de coragem e partir mundo
à fora em busca de um lugar mais quente e colorido. Conversou com outras
borboletas, suas amigas, e descobriu que há alguns milhares de quilômetros havia
um país onde a temperatura era quente, enquanto o frio ainda reinava no jardim.
Descobriu ainda que todas as suas amigas borboleta também não gostavam do frio
e tinham e compartilhavam do mesmo sentimento: medo de enfrentar uma longa
jornada sozinhas.
Monarca,
cada vez mais disposta a abandonar o frio, propôs à suas amigas que partissem
juntas. E assim foi feito. Durante a viagem elas aprenderam tantas coisas: que
longas distâncias podiam ser percorridas em curtos trajetos a cada dia; que não
eram tão frágeis quanto imaginavam, pois suas cores alegres e vibrantes
afastavam os predadores; que, além das flores, existiam árvores gigantes sob as
quais elas podiam descansar; que a viagem era prazerosa quando acompanhada de
amigos verdadeiros e, a principal descoberta de todas, que o Sol pode servir de
guia em qualquer jornada, pois elas chegaram ao destino mesmo sem conhecer o
caminho, guiando-se apenas pelo brilho e posição desse estrela no céu.
Quando
souberam que o frio no jardim havia terminado, Monarca e suas amigas voltaram
para casa e contaram todas as novidades para as outras borboletas e flores, que
também passaram a sonhar com uma longa viagem.
Foi
assim que Monarca aprendeu que ela devia chegar em algum lugar, mesmo que não
soubesse onde. Bastava olhar para o Sol e deixar ele guiar. Desde então,
Monarca vive feliz para sempre! (Gilson)